Servidor Público | Pensão por Morte: Seguindo orientação do STF, Tribunal mantém concessão de pensão por morte à filha solteira de servidor instituidor da pensão.
Embora expressando ressalva de que
muitas mulheres preferem não se casar nem ocupar cargo público a viverem em
união estável e exercerem empregos públicos ou cargos não efetivos para não
perderem o direito à pensão, a 1ª Turma do TRF1 manteve a concessão de
pensão por morte do pai da autora, ex-servidor público, benefício recebido
anteriormente pela mãe da requerente até seu falecimento, por ser a demandante
filha maior solteira e não ocupante de cargo público, de acordo com o disposto
na Lei nº 3.378/58 e orientação do Supremo Tribunal Federal (STF).
O
relator, desembargador federal Jamil Rosa de Jesus Oliveira, destacou que nos
últimos tempos tem sido objeto de grande discussão a manutenção de pensão em
favor de filhas de servidores públicos falecidos que por uma razão ou outra não
mais ostentavam a condição de dependentes dos proventos deixados pelo pai.
Segundo
o magistrado, a intenção da lei quanto à pensão temporária, nos termos do art.
1º da Lei nº 3.373/58, foi proporcionar, depois da morte do servidor, a
manutenção de sua família, cuja dependência econômica se presume, estabelecendo
critérios de extinção, como a idade, a recuperação da capacidade de trabalho
ou, no caso de filhas, de núpcias e de superveniente ocupação de cargo público
permanente.
As
hipóteses previstas na Lei nº 3.373/58, segundo o relator, como impeditivas do
recebimento da pensão provisória, levando à sua extinção, têm como fundamento o
fato de que em ambas as situações - não ser a mulher solteira ou assumir cargo
público - presumir que a mulher deixou de ser dependente do instituidor da
pensão.
O
desembargador federal ressaltou que pelo Acórdão nº 2.780/2016, o Tribunal de
Contas da União (TCU) determinou a revisão de benefícios de pensão por morte
recebidos por filhas de servidores públicos civis instituídos com base na Lei
nº 3.373/58. Porém, o STF tem rejeitado essa orientação ao entendimento de que
nova orientação administrativa não poderia atingir as pensões recebidas com
fundamento no art. 5º da Lei nº 3.373/58, uma vez que, nos termos do art. 2º,
XII, da Lei nº 9.784/99, é vedada a aplicação retroativa de nova interpretação
de normas administrativas, mantendo-se, desse modo, a concessão do benefício.
Assim,
acompanhando o voto do relator, o Colegiado determinou à União a concessão do
benefício à autora na condição de filha solteira de servidor instituidor de
pensão.
Processo: 0032812-20.2016.4.01.3800
Processo: 0032812-20.2016.4.01.3800
Data
do Julgamento: 10/07/2019
Data da Publicação: 24/07/2019
Data da Publicação: 24/07/2019
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